terça-feira, 25 de dezembro de 2007

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade



"nao gosto de letras tristes, gosto de letras sentidas" =P

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

encosta-te a mim, jorge palma

Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.


Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.


Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim

Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Love is Here, Starsailor

If you could see the lover in me
And we could join our hands together
If you could see how good it could be
We'll sing these stupid songs forever

Can you feel it?
Love is here
It has never been so clear
You can't love what you have not
So hold on to what you've got

Is Judy really smiling for me?
I'd change my name in case she found me
Trembling I can't believe
I've got to leave the girl behind me

Can you feel it?
Love is here
It has never been so clear
You can't love what you have not
So hold on to what you've got

If you could see the aching in me
I'd change my name in case you lost me
Trembling down to my knees
I've got to leave the world behind me

Can you feel it?
Love is here
It has never been so clear
You can't love what you have not
So hold on to what you've got

domingo, 11 de novembro de 2007

quero quem me adore, nao hoje... nao agora... mas a seu tempo.
alguem que espere que as mágoas sejam curadas, mas estando sempre aqui do meu lado... alguem, um alguem que respeite o silencio da minha dor, mas que busque incessantemente o meu sorriso mais sincero.
quero quem olhe para mim hoje e saiba que me vai amar amanha, depois, no dia seguinte, quando tudo o que de mau ha hoje no meu peito for apenas uma recordaçao de algo fantastico que um dia terminou.
quero quem veja em mim algo de unico, quem me olhe sabendo que nunca irá encontrar ninguem como eu.
nao quero alguem para me idolatrar, nao quero alguem para soletrar junto ao meu ouvido as musicas que me tocam ca dentro... nao quero a perfeição, o auge da beleza, o suprassumo da moral.
nao peço muito... um carinho sincero e paciente... nada mais. alguem que saiba que hoje o meu coração nao esta disponivel, nao esta disposto sequer a aceitar uma tentativa de invasao, mas amanha talvez, quem sabe um dia depois estará!
quem sabe se existem afinal principes encantados? vindos nao num cavalo branco, mas envoltos na mais profunda paciencia e dedicação? sou uma sonhadora, acredito que sim! :)

would u hold on to me, and love me tomorrow?...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

ha sempre uma luz no fundo do tunel =)

moving forward...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Lado a lado, Donna Maria

Somos dois caminhos paralelos
Vamos pela vida lado a lado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado

Lado a lado meu amor
Mas tao longe
Como é grande a distancia
Entre nós

O que foi que se passou entre nós os dois
Que nos separou
Porque foi que os meus ideais
Morreram assim dentro de mim

Ombro a ombro
Tanta vez
Mas tao longe
Indiferenca
Entre nós quem diria

Custa a crer
Que tanto amor
Tao profundo amor
Tenha acabado
E nós, ambos sem amor
Lado a lado

Fomos no passado um só destino
Somos um amor desencontrado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual de nos mais desgracado

Sempre para sempre, Donna Maria

Ha amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor da pele

Ha amor tao longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Ha amor de inverno
Amor de verao
Amor que rouba
Como um ladrao

Ha amor passageiro
Amor nao amado
Amor que aparece
Amor descartado

Ha amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue, bem quente

Ha amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado

Ha amor secreto
De cheiro intenso
Amor tao prximo
Amor de incenso

Ha amor que mata
Amor que mente
Amor que nada, mas nada
Te faz contente, me faz contente

Ha amor tao fraco
Amor nao assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Ha amor eterno
Sem nunca, talvez
Amor tao certo
Que acaba de vez

Ha amor de certezas
Que nao trara dor
Amor que afinal
amor,

Sem amor
O amor tudo,
Tudo isto
E nada disto

Para tanta gente
acabar de maneira igual
E recomecar
Um amor diferente

Sempre , para sempre
Para sempre

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

muito mais que muito

tenho-me questionado inumeras (demasiadas) vezes se alguem tem o direito de nos fazer sofrer... nao tem, de facto. mas... nao seremos por vezes nos proprios quem se magoa, de uma forma que chega a ser cruel?!
afinal a culpa nao é tanto assim de quem seguiu com a sua vida em frente, mas sim nossa, de mais ninguem, ficando assim: aprisionados numa dor que remoi e consome lentamente... que parece levar de nos o que de melhor temos: a alegria, o sorriso...
pensamos, dizemos convictamente, gritamos ao mundo: "estou tao melhor assim! para que precisava dele/a afinal?", e em segredo choramos... puxamos cabelos... cravamos unhas na nossa propria pele, alivia a dor da alma.
é o desespero... dizem-me que quando ele passa fica a dor, e que, essa sim, é superada lentamente... dia a dia, passo a passo.
esta dor que me era tao alheia persegue-me agora, nao sei lidar com ela, na verdade, e tudo o que me dizem é "da proxima nao vai doer tanto". da proxima?! nunca havera uma proxima, nao como esta! o meu coração nunca mais estara receptivo deste modo, confiando cegamente... senti-me uma criança entregue a este sentimento, confiava-te a minha vida sem pensar nem um instante.
nunca, em circunstancia alguma, votarei a confiar assim... nunca!
sinto ate que esse é o unico ressentimento que fica no peito... doi-me mais que a perda do sorriso constante saber que esse "coração puro", como alguem lhe chamou, foi entregue e nunca mais vai voltar.
tudo, daqui em diante, sera, inevitavelmente, fonte de comparação... nunca mais entregarei as cartas de um modo tao voluntario.
sei que, quer queira quer nao, questionar-me-ei sempre "vais ser mais uma coisa à qual terei de sobreviver?"... a minha mente, o meu coração nao estara mais receptivo, com todos os sentidos despertos, porque a desconfiança e a insegurança, o ressentimento estarao la.
sei que, mais cedo, ou mais tarde, tudo vai passar "nao ha nada que o tempo nao cure"... mas essa cicatriz subtil mas profunda vai la ficar... de um primeiro sentimento verdadeiro... sentimento que me moveu...sentimento que me elevou ao expoente maximo da felicidade e me deixou cair do degrau mais alto, desamparada e incredula...
mas, voltando à questao inicial.. a culpa nao é de quem partiu, de quem seguiu em frente... sim, o meu coração foi destroçado, mas cabe-me a mim reconstrui-lo e aprender a viver com as cicatrizes que la ficarem. se o consigo fazer de animo leve? nao! nunca... se o vou conseguir fazer? estou certa que sim...
"my heart with no scar" nao existe mais... talvez um coração assim ainda esteja algures, por aí, para mim... para me ser entregue!
se sinto a tua falta? todos os dias... se estou a aprender a lidar com isso? a cada dia que passa mais e melhor. vai chegar o dia em que o sorriso no meu rosto sera, de novo, uma constante, e poder-te-ei abraçar sem ressentimentos...
para todo o sempre... tu para mim: muito mais que muito.

domingo, 14 de outubro de 2007

the scientist... coldpay

Come up to meet you, tell you Im sorry
You dont know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
Tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh lets go back to the start
Running in circles, coming up tails
Heads on a silence apart

Nobody said it was easy
Oh its such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said that it would be this hard
Oh take me back to the start

I was just guessing at numbers and figures
Pulling your puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
Tell me you love me, come back and haunt me
Oh and I rush to the start
Running in circles, chasing our tails
Coming back as we are

Nobody said it was easy
Oh its such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
Im going back to the start

Oh ooh ooh ooh ooh ohh (x4)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

let the rain come down and wash away my tears...
wash them until they're far from here...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Fado da Despedida

quando passas nos meus olhos
nunca és o que sonhei
se és vida nunca vivi
se és amor nunca te amei

nao queiras negar-me um beijo
senhora da minha vida
nunca se nega uma esmola
a uma alma perdida

sábado, 29 de setembro de 2007

devolva-me

rasgue as minhas cartas
e nao me procure mais
assim sera melhor meu bem

o retrato que eu te dei
se ainda tens nao sei
mas se tiver devolva-me

deixe-me sozinho
porque assim eu viverei em paz
quero que sejas bem feliz
junto do seu novo rapaz

rasgue as minhas cartas
e nao me procure mais
assim vai ser melhor meu bem

o retrato que eu te dei
se ainda tens nao sei
mas se tiver devolva-me
devolva-me
devolva-me

adriana calcanhoto

será? =s

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

still dirty*

If you see me walking down the street
Or in the pages of your magazines
Looking just a little differently
Showing off a softer side of me
They say I'm looking like a lady
They say that love has gone and changed me
But don't be fooled by everything you see
I gotta let the naughty in me free

There's a woman inside of all of us
Who never quite seems to get enough
Trying to play by the rules is rough
Cause sooner or later something's gonna erupt cause

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, still got it
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, yea

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, oh yea
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me

No matter what you're thinking of me, still dirty
And if ya still rolling with me, still got it
No matter what you're thinking of me, still dirty
Still got that freak in me

Why is a woman's sexuality
Always under so much scrutiny
Why can't she do exactly as she please
Without being called a million things
They say I'm not the girl they used to know, used to know
Cause I don't always wear revealing clothes, oh oo woah
But don't be fooled, the moment I get home
I'm letting loose, giving a private show, oh dont cha know

There's some women out there
Who talk and stare
Who never seem to let down their hair
Like to pass judgement but they're just scared

And don't know what they're missing
So they better beware 'cuz

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, still got it in me

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, oo yea
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, oh yea

No matter what you're thinking of me, still dirty
And if your still rolling with me, still got it
No matter what you're thinking of me, still dirty
Still got that freak in me

Don't tell me to behave
Cause I'll never play that game
Don't tell me what to do
Cause I'll never be uptight like you
Don't look at me that way
Cause I ain't never gonna change
And if you're talking bout my life
You're only wasting your own time

If I wanna wear lingerie outside of my clothes
If I wanna be erotic in my own videos
If I wanna be provocative, well that ain't a sin
Maybe you're not comfortable in your own skin

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, in me
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

i'm not playing... i never do

odiei-te...
tao profundamente que chegou a parecer mentira
com tanta intensidade, tanta força, tanta raiva... que pensei ser uma qualquer ilusao.
a verdade é que acho que o era, como posso odiar-te afinal? tavez possa.
olho para ti e não reconheço aquilo que vejo... mas não gosto...
queria saber onde foi parar a delicadeza e o carinho, essa suposta amizade inabalavel.
que raiva! que vontade de te apertar o pescoço, de te sufocar te deixar num canto!
odeio-te!
mudaste e eu nao te vi mudar. caiste de para quedas agora na minha vida de novo com essa indiferença que me fere cruel e lentamente, que corta cada pedaço de mim em mil retalhos.
jogos?! nunca fui dessas parvalheiras nao seria agora que me ia render a elas, talvez com um pouco de coragem o reflexo no espelho te mostre a arrogancia que o teu olhar me mostra.
i'm turning my back on u... acho na verdade que foste tu quem esteve sempre de costas voltadas para mim... afinal... u never looked back...
admiro essa tua capacidade... acho-a quase desumana... essa capacidade de descartar as pessoas da tua vida como se nada fosse, ou como se nada tivessem sido. parece que simplesmente me apagaste! e para ti fiquei somente na memoria como a colega que partilhou o mesmo chao por uns tempos.
olhava para ti e acreditava cegamente que "u were not like the others"... nao eras... mas... sera que mudaste?!
ou sera que eu é que quis acreditar que eras diferente quando eras exactamente igual? nunca me tentaste enganar verdade seja dita, isso nao te posso atirar à cara. acho que eu é que me quis enganar a mim propria.. é tao reconfortante acreditar que a determinada altura tivemos na nossa vida alguem que era realmente diferente... mesmo que esse alguem nao fique depois connosco.. a sua presença supostamente faria de nos melhores pessoas.
nao me lamento, mas chamo-me burra todos os dias!
odiei-te... tanto, tanto... nem sei como fui capaz! de tal modo que ainda sinto o sufoco dessa raiva apertada no meu peito.
volto a questionar-me... jogos?! às vezes acho que talvez também tu nunca me tenhas conhecido... acusa-me de usar metaforas ou eufemismos quando sao desnecessários... acusa-me do que queiras! mas jogos?! não gosto de jogos...
para ter isso de ti... essa arrogancia por detras de um sorriso que me parece forjado... atira uma a uma, ou todas de uma vez, as peças desse puzzle que fomos construindo... pelo menos a tua metade!
a minha fica aqui... no meu peito... por mais que a raiva me mande despedaça-lo... fica aqui... porque acreditei e la no fundo ainda acredito que és realmente um "special one"... se não o fores... pelo menos sentir-me-ei mais aliviada enquanto pensar que o és...

i'm not playing.... i never do.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

vem sentar-te comigo lidia... ricardo reis




Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e nao estamos de maos enlaçadas.
(Enlacemos as maos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e nao fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as maos, porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dao movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.


Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagaos inocentes da decadencia.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as maos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço