sábado, 19 de junho de 2010



 
No auge da minha exaustão mental surgiu em mim um impulso para escrever, para, mais uma vez, partilhar um qualquer devaneio que me ocorra, mas, em verdade, sinto que a exaustao talvez tenha ultrapassado, ao menos momentaneamente, toda e qualquer criatividade.
Talvez por ver toda a minha capacidade intelectual dirigida para umas quantas paginas (que me parecem intermináveis) de Harrison, por me ver forçada a fechar e limitar a vontade de questionar porque o tempo se encurta.
Oficialmente, sinto-me perfeitamente incapaz de articular palavras, incapaz de formular frases que façam sentido... talvez esteja, de facto, na hora de dormir...



No fim da época de exames criarei um grupo no facebook com o seguinte nome "eu sobrevivi ao 3º ano de Medicina do ICBAS", dá-me ideia de que a adesão será significativa :)

sábado, 5 de junho de 2010

Fogo e Noite





Aconteceu...
e por me teres feito cego
recordo o sabor da tua pele
e o calor de uma tela
que pintámos sem pensar.
Ninguém perdeu,
e enquanto o ar foi cego
despidos de passados
talvez de lados errados
conseguiste me encontrar.

Foi dança
foram corpos de aço
entre trastes de guitarras
que esqueceram amarras
e se amaram sem mostrar.
Foi fogo
que nos encontrou sozinhos
queimou a noite em volta
presos entre chama à solta
presos feitos para soltar...

Estava escrito
E o mundo só quis virar
a página que um dia se fez pesada

E o suor
que escorria no ar
no calor dos teus lábios
inocentes mas sábios...
no segredo do luar.
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
Onde não há ninguém
Dei-te mais...! Valeu a pena voar...

Estava escrito
E a noite veio acordar
a guerra de sentidos travada num céu

Nem por um segundo largo a mão
da perfeição do teu desenho
e do teu gesto no meu...
foi como um sopro estranho...
...e aconteceu...

És noite em mim,
És fogo em mim.
És noite em mim.


Toranja