sábado, 20 de fevereiro de 2010

Novo semestre, nova vida...


Pergunto-me se é desta que o inicio de um novo semestre traz consigo as verdadeiras mudanças ou se vai ficar apenas a velha promessa de "no próximo semestre vai ser diferente"!

Planos:
  • Fazer frequências;
  • Dormir menos e a horas decentes;
  • Acordar mais cedo;
  • Ir a mais aulas;
  • Ver os filmes que tenho para ver;
  • Ver as séries que ando a arrastar para ver há séculos;
  • Alimentar-me melhor!
  • ESTUDAR MAIS!!!
Acredito que sim, é desta! Tem que ser diferente! =D

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Arrogante??

Arrogante: "Pessoa que tem atitude superior à solicitada na situação ou momento. Que abusa da autoridade para efetuar um acto com intutito de demonstrar que é melhor ou mais importante que outro".

Mas algum dia no pleno gozo das minhas faculdades eu seria arrogante numa avaliação com o dito "manda-chuva", com o senhor que todos temem? Não compreendo! Ou o nervosismo me leva para caminhos que eu não sou capaz de controlar, ou a minha expressão me atraiçoa nos momentos em que menos devia transparecer as emoçoes, ou entao não compreendo MESMO!
Revolta-me, a um nível impossivel de traduzir em palavras, a ideia de ser prejudicada devido a uma atitude que não tenho a percepção de ter tido!
Haja paciência para estes senhores que fazem o que muito bem entendem com as nossas avaliações, ora então, onde já se viu numa suposta discussão considerar-se arrogância a tentativa de defesa de um ponto de vista! Ou será que agora ha limite inferior de idade e status para expor uma opinião? Será que é assim tão ofensivo ouvir uma aluna do 3º ano? "A tua postura não é a mais adequada", Jesus Christ! Valham-me os santinhos e as alminhas todas, pois, caso contrário, tenho o inferno garantido com a revolta que está dentro de mim.
Vendem-nos o peixe de que no ensino superior devemos desenvolver o nosso espirito critico e, no momento em que temos oportunidade de lhe dar uso, eis que "zás trás", qual espadachim dos desenhos animados da nossa infancia, temos o Sr. Dr. Professor, especialista, génio, cientista, inquestionável que nos manda muito simpaticamente à merda!
Realmente, o ensino em Portugal é do melhor que há, não admira que haja tanta barbaridade cometida pelos profissionais de saúde nas Unidades Hospitalares deste país! Espera-se que sejamos médicos brilhantes a "empinar" aquilo que nos dizem, sem questionar, sem, em circunstancia alguma, pormos, por um momento, em causa aquilo que nos é dito.
E depois, quando o tentamos fazer, ainda que nos termos "de facto professor, talvez não tenha sido a melhor forma de o fazer, mas o que pretendia era descrever X, Y e Z", chamam-nos, mais uma vez, muito simpaticamente, arrogantes!
B-E-A-U-T-I-F-U-L!
Mas porque é que eu não fui para direito? Talvez lá a capacidade argumentatita fosse, ao menos minimamente, tida em consideração!
Sim, é mesmo isso, estou revoltada! O pior? Não me serve de RIGOROSAMENTE NADA!

"Oh God, make me good but not yet!"

Tabacaria, Álvaro de Campos

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho genios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, para o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei que moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheco-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Conversas de café



São caricatas as situações que surgem em conversas de café... quando, num almoço, como tantos outros, há um elemento não habitual é engraçado ver os seus rostos espantados com as caracteristicas que se revelam das pessoas (aparentemente) comuns, que vemos todos os dias no átrio da faculdade.
O ar espantado de quem descobre um riso caracteristico, de quem percebe que, afinal, a miuda de 20 anos que costuma estar todas as segundas no piolho não é assim tao superficial. E eu, para quem isso não é novidade alguma, gosto de ver a aprovação de quem antes não aprovava tanto assim.
Gosto, também, daqueles momentos que só um grupo de mulheres pode proporcionar! Os momentos de "quem era ele?", "mas de onde é que ele apareceu?", quando, com um ar vaidoso dizemos "ah, conheço-o há imenso tempo, somos amigos já há uns anos". Gosto, mais que tudo, de quando acabam estes encontros, ficar com quem me é mais próximo a comentar, a fazer o verdadeiro papel de "gaja" e avaliar o que ali se passou, o que se passa com os outros, as evoluções e estagnações do grupo de amigos!... É engraçado ser mulher, engraçado também ser a única mulher num grupo de homens! É interessante como, progressivamente, nos tratam mais de igual para igual; apesar de isso implicar não nos puxarem a cadeira ou não terem cuidado de evitar certos comentários absolutamente desnecessários, mas sim, por vezes, gostamos de estar sentadas, lado a lado, com eles e poder expressar aquilo que de menos delicado há em nós!
As conversas de café são a máquina que faz crescer as amizades, aquela conversa de circunstância que evolui para o diálogo mais intimista e, em última instancia, nos leva a ter aquelas conversas que nos marcam para a vida, as partilhas de ideias e ideais que nos tornam mais próximos, mais compatíveis.
São bons os momentos de tagarelice, em que falamos de nós e do mundo, desde o novo baton da channel até aos sentimentos guardados no lugar mais recatado da nossa alma (ah! sou tão profunda às vezes!). O que seria da amizade sem estas conversas da treta, sem estes comentários despropositados, sem estes momentos de verdadeira partilha?
Se podiamos viver sem as conversas de café? Sim, mas nao era a mesma coisa! :)

Lover, you should've come over...

Jeff Buckley

Looking out the door
I see the rain fall upon the funeral mourners
Parading in a wake of sad relations
As their shoes fill up with water
Maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
But tonight, you're on my mind so
You never know
Broken down and hungry for your love
With no way to feed it
Where are you tonight?
Child, you know how much I need it.
Too young to hold on
And too old to just break free and run
Sometimes a man gets carried away,
When he feels like he should be having his fun
Much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no-one...
So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return?
Oh, will I ever learn?
Oh, Lover, you should've come over
Cause it's not too late.
Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one
Who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep
That won't ever come
It's never over,
My kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over,
all my riches for her smiles when I slept so soft against her...
It's never over,
All my blood for the sweetness of her laughter...
It's never over,
She's a tear that hangs inside my soul forever...
But maybe I'm just too young to keep good love
From going wrong
Oh... lover you should've come over...
Yes, and I feel too young to hold on
I'm much too old to break free and run
Too deaf, dumb, and blind
To see the damage I've done
Sweet lover, you should've come over
Oh, love, well I'll wait for you
Lover, you should've come over
'Cause it's not too late.

LINDO =D

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Filmes...

The Seventh Seal, Ingmar Bergman

Imagino o que seria da minha vida, do meu dia-a-dia, sem filmes! Sem as longas horas sentada em frente à televisão, ou ao computador, a devorar (ou, por vezes, a decifrar) filmes, longas, curtas metragens!
A vida parece maravilhosa naquele quadradinho mágico, somos levados para universos paralelos, imaginados... fantástico, ah? :) Do James Cameron ao Ingmar Bergman, passando por Lynch, Tarantino; modos peculiares, fascinantes de traduzir em situações fictícias, os devaneios de mentes à parte.
Vivo fascinada! Gosto, adoro! Gosto também do glamour, da classe, do todo o "je ne sais quois" que envolve aquelas personagens.
Gosto! E a minha mente desocupada vive fascinada com essas coisas, essas cerimónias de Hollywood, os vestidos, o charme, aquele mundo fantástico de sorrisos, ainda que fingidos, nos levam ao suspiro, à ilusão!
Gosto e invejo aquelas magricelas adornadas que interpretam de maneira sublime os personagens criados pelos génios do cinema.
Gosto! Quem não gosta afinal? Dos homens aparentemente maravilhosos, príncipes, dignos das histórias de "era uma vez"...
É maravilhoso o mundo do cinema... E por aqui me fico! :)