domingo, 21 de novembro de 2010

Don't worry... be happy!


Às vezes, pergunto-me se seria capaz de viver num mundo diferente daquele a que me habituei.
É tão fácil questionar aquilo que sou e o modo como vivo, fácil demais olhar para os meus hábitos e pensar que gostaria de fazer X, Y ou Z, dar asas ao meu poder criativo, à minha liberdade de ser, estar e viver.
Encho-me de coragem e penso nas infindáveis hipóteses que a vida me dá, nas perspectivas daquilo que se avizinha , quando levanto os olhos para ver o mundo.
Sabe bem sentir a brisa, caminhar junto à praia e fazer planos, pensar que não tenho medo da mudança, que estou disposta a receber o futuro com um sorriso.
É tao fácil pensar no que quero fazer e dizer, pensar que quero conhecer o mundo sem amarras.
Ao fim de algum tempo, pensaria que minha liberdade teria o tamanho, a forma e a consistência da distância que existe entre nós... mas, em verdade, essa distância não existe. Assim, os caminhos que traçamos são comuns e a liberdade que seria curta, não moldável é antes exponenciada pela flexibilidade daquilo que existe entre nós, não quebra, não estira, não rasga, e se dói... há sempre uma qualquer antalgia que permite, que, depois, se tenham alongado os laços...
A distância que existe entre nós não é a que me afasta da liberdade, é sim a que me afasta da plenitude...
É tão fácil pensar em planos quando posso, depois, rir, pensar na estupidez das minhas ideias e deitar-me junto a ti com o rosto encostado ao teu peito, a ouvir a tua respiração e pensar que, sem ter que fazer por isso, as nossas ideias se irão encontrar, complementar...
São as pessoas felizes quem, certamente, faz mais planos, as outras, ivariavelmente, vivem à procura da felicidade e essa, quase sempre, chega por acaso...

Não me parece que seja capaz de viver num mundo diferente deste a que me habituei, nem tenho qualquer vontade de por a questão à prova!
É tão fácil habituarmo-nos a ser felizes... :)

Maravilhoso!


JP Simões - Tango do antigamente

sábado, 11 de setembro de 2010

Why?


Sinto-me dividida entre a alegria de começar um novo ano lectivo, na minha adorada invicta, e a sensação de que o tempo me começa a pesar e, na realidade, às vezes, muito às vezes, gostava de já estar mais perto do fim do curso... Ir para o quinto ano na faculdade e saber que, mesmo assim, ainda é o 5º de 7 deixa-me nervosa, por vezes impaciente...
E, no meio de tudo isto, a inspiração e as palavras, que não chegam nunca, nao me permitem expressar-me melhor... why?

PS: se nao fosse pela meia duzia de pilares que sustentam a minha estabilidade emocional, vulgo my dearest friends and lover, creio que estariamos perante uma situação de potencial crise. Assim, são só pensamentos, coisas que me vão passando pela cabeça, nada mais. Thank God!

sábado, 17 de julho de 2010

Eis que decidi tirar uns minutos para pensar no assunto e responder ao desafio :)

6 coisas sobre mim que provavelmente não saibam...


1- Álcool/Festa: Sou adepta acérrima do whisky e do gin tonico, caracteristicas perfeitas para me permitirem inserir no grupo, quando estou apenas com amigos do sexo masculino.

2- Gula: Adoro os meus lanches no CCB com fatias de bolo de chocolate gigantes do Pimenta Rosa.

3- Musica: Tenho uma paixão inabalável por Pink Floyd e, para mim, o Dark Side of the Moon podia, perfeitamente, competir com a descoberta da penicilina em termos de relevancia para a sociedade (sarcasm!).

4-
         a) Cinema: Vejo filmes compulsivamente quando estou de férias, até atingir o limiar de "calma, mas este momento era de que filme mesmo?!", adoro cinema mudo e o Metropolis é a melhor coisa que aconteceu no cinema (até ao Laranja Mecanica! :p)!

        b) Series: Quando estou a ver um anime nao consigo ver so um episodio ou dois, fico, invariavelmente, horas em frente ao computador, até, eventualmente adormecer! Rurouni Kenshin <3

        c) Amo Senhor dos Aneis e STAR WARS, gosto da ideia de ter um Storm Trooper na sala e fiquei, recentemente, maravilhada com a ideia de ter uma Millenium Falcon como mesa de centro!

Assim de repente lembrava-me de mais umas coisas, mas o desafio so pedia mesmo 6!

Obrigada pelo desafio Pepitas (ponto nº6 comprovado ;p)!

sábado, 19 de junho de 2010



 
No auge da minha exaustão mental surgiu em mim um impulso para escrever, para, mais uma vez, partilhar um qualquer devaneio que me ocorra, mas, em verdade, sinto que a exaustao talvez tenha ultrapassado, ao menos momentaneamente, toda e qualquer criatividade.
Talvez por ver toda a minha capacidade intelectual dirigida para umas quantas paginas (que me parecem intermináveis) de Harrison, por me ver forçada a fechar e limitar a vontade de questionar porque o tempo se encurta.
Oficialmente, sinto-me perfeitamente incapaz de articular palavras, incapaz de formular frases que façam sentido... talvez esteja, de facto, na hora de dormir...



No fim da época de exames criarei um grupo no facebook com o seguinte nome "eu sobrevivi ao 3º ano de Medicina do ICBAS", dá-me ideia de que a adesão será significativa :)

sábado, 5 de junho de 2010

Fogo e Noite





Aconteceu...
e por me teres feito cego
recordo o sabor da tua pele
e o calor de uma tela
que pintámos sem pensar.
Ninguém perdeu,
e enquanto o ar foi cego
despidos de passados
talvez de lados errados
conseguiste me encontrar.

Foi dança
foram corpos de aço
entre trastes de guitarras
que esqueceram amarras
e se amaram sem mostrar.
Foi fogo
que nos encontrou sozinhos
queimou a noite em volta
presos entre chama à solta
presos feitos para soltar...

Estava escrito
E o mundo só quis virar
a página que um dia se fez pesada

E o suor
que escorria no ar
no calor dos teus lábios
inocentes mas sábios...
no segredo do luar.
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
Onde não há ninguém
Dei-te mais...! Valeu a pena voar...

Estava escrito
E a noite veio acordar
a guerra de sentidos travada num céu

Nem por um segundo largo a mão
da perfeição do teu desenho
e do teu gesto no meu...
foi como um sopro estranho...
...e aconteceu...

És noite em mim,
És fogo em mim.
És noite em mim.


Toranja

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Decisões...




Estava hoje a ver, como habitualmente, as noticias e li que se completaram 30 anos desde que o Ian Curtis se suicidou.

Dei por mim a pensar nas decisões que as circunstancias da vida nos levam a tomar, a pensar onde ficará o limiar de dor e desespero que não somos capazes de suportar e decidimos, simplesmente, abandonar tudo. Acho que a determinada altura todos nós nos questionamos relativamente a quanto somos capazes de aguentar. Como é que pessoas com talento, bem sucedidas, com novas oportunidades à sua frente, um sem fim de propostas e ideias para o futuro, decidem, de um momento para o outro, que basta! que não querem mais fazer parte deste mundo.
Pensando neste caso em particular, quando as suas ambições estavam prestes a serem concretizadas, quando as portas do mundo da musica estavam abertas em par para receber tudo aquilo que tinha para oferecer, algo pesou noutra direcção e é caso para dizer "he's lost control".
Apaixonei-me pelo filme sobre a vida deste senhor, Control. Quando o vi, foi um daqueles que me deixou durante algumas horas a pensar sobre quem somos e para onde vamos, e, hoje, recordei, de novo, esse sentimento.
Curiosamente, tenho uma certa dificuldade e expressar o meu parecer relativamente a este tema, talvez porque a ideia de por um fim, voluntário, à vida me pareça algo perfeitamente inconcebível (quem sabe porque o meu mundo cor-de-rosa, sem complicações que se possam dizer significativas, não me permite ver para além do conforto que me rodeia).
Continuo sem saber se lhe chamar um acto de coragem ou um acto da mais pura covardia... talvez só chegue a essa conclusão com o passar dos anos... talvez os meus pequenos 21, quase 22, anos não sejam suficientes para ter o discernimento que me permita expor uma opinião consistente.
Sei apenas que este senhor com a sua "holy voice" como lhe chamou Bono Vox deixou preciosidades às gerações que lhe sucederam e sucedem... quem sabe o que poderia ter feito se não tivesse desistido de tudo no fulgor dos seus 23 anos!...



Love will tear us apart - Joy Division

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quase quase....


Porque esta semana é sempre excepcional... e ver Franz Ferdinand a preço de saldo
não se consegue todos os dias :)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Hora acertada, at last!


Afinal era bem fácil colocar as horas correctas...
"i'm so bloody blonde!"

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ponto da Situação


Vistas bem as coisas, passaram-se qualquer coisa como 10 semanas de aulas, meia dúzia de aulas assistidas, nenhum trabalho adiantado, uma semana de frequências à porta e o estudo, assustadoramente, desorganizado e atrasado!
Definitivamente, não nasci para esta coisa das frequências, supostamente servem para nos facilitar a vida, mas, na minha mente, vejo-as apenas como mais uma altura em que me vejo obrigada a rodear-me de livros, não por prazer, mas porque tem MESMO que ser! Não gosto! Ver duplicadas as alturas em que tenho que estudar não faz o meu género, não encaixa na minha maneira de ser. (Adoro a maneira como arranjo, compulsivamente, desculpas de mau pagador para parar de estudar!)
Balanços feitos, acho que vou ver um episódio de alguma coisa, afinal, é sempre nesta altura que aproveito para me actualizar no que diz respeito a séries e afins!
Será que já há um video novo da annoying orange? será que, finalmente, saiu um episódio de big bang theory? será que alguém conspira para um holocausto nuclear? são tudo duvidass que me parecem perfeitamente plausiveis de ver esclarecidas... por isso, vou dedicar-me, por mais uns momentos, a estas belas inutilidades!

terça-feira, 13 de abril de 2010

O Lugar


já é noite, o frio está em tudo o que se vê
lá fora ninguém sabe que por dentro há vazio
porque em todos há um espaço que por medo não se deu
onde a ilusão se esquece do que o medo não previu
já é noite o chão é mais terra pra nascer
a água vem escorrendo entre as mãos a percorrer
todo o espaço entre a sombra entre o espaço que restou
para refazer na vida no que o medo não matou

mas onde tudo morre tudo pode renascer
em ti vejo o tempo que passou
vejo o sangue que correu
vejo a força que me deu quando tudo parou em ti
a tempestade que não há em ti
arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar
já é dia e a sombra está em tudo o que se vê
lá fora ninguém sabe o que a luz pode fazer
porque a noite foi tão fria que não soube acordar
a noite foi tão dura e difícil de sarar

mas onde tudo morre tudo pode renascer
em ti vejo o tempo que passou
vejo o sangue que correu
vejo a força que me deu quando tudo parou em ti
a tempestade que não há em ti
arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar

mas eu descobri a casa onde posso adormecer
eu já desvendei o mundo e o tempo de perder
aqui tudo é mais forte e há mais cores no céu maior
aqui tudo é tão novo e o que pode ser amor

e onde tudo morre tudo volta a nascer
em ti vejo o tempo que passou
vejo o sangue que correu
vejo a força que me deu quando tudo parou em ti
a tempestade que não há em ti
arrastando para o teu lugar e é em ti que vou ficar

já é dia e a luz está em tudo o que se vê
cá dentro não se ouve o que lá fora faz chover
na cidade que há em ti encontrei o meu lugar
e é em ti que vou ficar.

Tiago Bettencourt

Em busca do antidoto para o desamor...

Se tivesse como, mandava-me a mim mesma à merda. Não sei por que insisto em ficar triste por situações que, em verdade, não têm, tanto assim, de grave.
Raios me partam se não me magoa ver a dedicação a coisas que, na minha tão idiota visão, não deveriam ser tao importantes assim... Não tenho como evitar. Eu tento, juro que tento achar que é normal, que é assim que tem que ser, mas, depois, lá vem aquele maldito bichinho sussurrar-me ao ouvido e dizer "nunca viste aquela dedicação em outras situações que não sejam deste tipo"... Mas porquê? Porquê?
Era tão mais simples se conseguisse ver naturalidade nestas actividades, nestas tarefas, era tão melhor ver razão e lógica no empenho, na entrega. Mas não! Quando é que eu, ser humano complicado desde sempre, ia ver tudo isto como normal?
Eu bem insisto comigo mesma, mas, depois, lá voltam os pensamentos... as dúvidas... as incertezas. Penso eu: será que ele me põe em segundo plano? será que afinal aquilo é mais importante do que eu? E, aí, afasto, vigirosamente, essas ideias do meu pensamento. E tento conformar-me que de é só a maneira de ele ser... que, em caso de dúvida, me escolhe a mim!... E aí, mais uma vez, inexoravelmente, oiço, ao longe, quase como um eco que persiste bem baixinho,
"Será?"...
Sim, é! Não podem restar em mim estas dúvidas tão pouco pertinentes. Todos temos os nossos hobbies, as nossas coisas, os nossos vícios. Isso, daqui em diante, talvez pense nisto como um vício. Talvez seja mais fácil vê-lo dessa forma.
Era de valor que alguém me desse duas bofetadas por criar um clima desagradável por causa de algo assim.
Ouvi "Fica com mau humor o dia inteiro!"... E eis que dei por mim a reflectir no quão inútil e desnecessário isso é... Mas, depois, passo por ti e vejo-te tao feliz que o ciume me turva a visão e impede o descernimento.
Há, em mim, uma dor, um aperto, algo que, a todo o custo, tento cortornar mas, eventualmente, vejo-me ser derrotada.
O ciume, que não é nada mais do que isso, ciume, deixa-me amuada e triste... porque me pareces sempre mais feliz com eles do que comigo.
Mas porque é que eu sou assim? Porquê? Paro para pensar e sinto que estou a agredir a felicidade pelas costas com estas situações...
Mas isto irá mudar... sim, estou convicta que sim... Um dia, espero que em breve, vou ver tudo isto como normal, sem filmes, paranoias, amuos ou tristezas... at least I hope so...



Afinal... em caso de dúvida, refugiar-me-ei na ideia de que "se te tivesse encomendado não terias saído tão perfeito para mim"... :)


*

Fomos à Escócia e voltámos, loucos por ficar a sós
fomos mas nunca chegámos, a sair do meio de nós
Mas a Escócia que gostámos, capadócia que cavámos
Não nos deu o que esperámos quando pensámos ser avós
Fomos à Escócia e deixámos, três amores cada um
E o que da Escócia tirámos, foi estar sem amor nenhum
Ir e vir foi um regalo, o desamor sem força-lo
Mas se tão longe o buscámos, é que já tinha havido algum

Não me leves tu a mal
Não me tentes convencer
que o que havia em Portugal não chegava para saber
Dei-te um mês da minha vida e um mês é de valor
e tu podes ser bastante querida mas não é preciso dor
para provar o desamor

Por desamarmos deixámos, seis amores sem ter dó
e agora que regressámos, não sei se nos sobram só
É que havia certa esperança que podia ser só dança
Mas afinal a bonança era apenas beijo em pó

Não me leves tu a mal
Não me tentes convencer
que o que havia em Portugal não chegava para saber
Dei-te um mês da minha vida e um mês é de valor
e tu podes ser bastante querida mas não é preciso dor
para provar o desamor

B Fachada - O Desamor

sábado, 10 de abril de 2010

Na sequencia das pascoíces...

A propósito das pascoíces comentaram: "o pão-de-ló e o cabrito (porque esses são certamente verdadeiros!) e talvez não sejam o mundo é uma ilusão, um sonho logo...a fé é o que torna a nossa existência real cogito ergo sunt fé na nossa existença como seres".
Perante um comentário tão plausivel resolvi voltar ao assunto...


Creio que o problema geral passe pelo facto de, demasiadas vezes, falta de fé ou crença em algo superior ser interpretado, na minha opiniao, erroneamente, como futilidade e falta de apreço pelas coisas que são realmente importantes... mas, talvez, seja o apreço por essas tais coisas, realmente importantes, que faz com que, ao assistirmos a situações que nos deixam com a sensação de revolta/impotência questionemos "o porquê e o para quê" da existência de Fé. Talvez uns precisem de acreditar e outros precisem nao acreditar para que algo faça sentido para si, uns para se reconfortarem e outros para que a vida não pareça uma terrivel injustiça. Se, por um lado, podemos adoptar a atitude do "se foi assim que teve que ser", podemos também pensar simplesmente "se existisses nada disto aconteceria".


Dou por mim, neste preciso momento, a pensar no quão vão é tentar expressar devidamente as duvidas e indecisões que passam pela mente do homem relativamente a este campo... Todos mandamos os nossos palpites sobre o assunto de quando em vez e, raramente, alguem chega a uma conclusão definitiva. Não há, na minha humilde e globalmente irrelevante opiniao, motivo para que se criem inimizades a propósito de algo que não passa de mera opinião, mero "bitaite", mera farpa!

Mais uma vez, mais tarde, me debruçarei, novamente, sobre o assunto...

In a couple of weeks... Barcelona :)


Não sei se este entusiasmo faz de mim uma pita excitadissima com uma romanic trip... Mas, sinceramente, não é coisa que me vá ocupar o pensamento durante muito tempo!
Afinal, tenho a roupa, os sapatos, a mala e o plano de visitas para escolher e preparar, os restaurantes acessíveis, os preços dos transportes e os bons locais para sair à noite  para investigar... Há toda uma panóplia de actividades que sinto vontade de preparar ao mais infimo pormenor para, depois, poder deixar o acaso fazer desta a melhor semana de sempre :) (sim, gosto de smiles e uso lol frequentemente, se isso também faz de mim pita, sincerely, i don't give a damn!).


"I had this perfect dream
-un sueno me envolvio
This dream was me and you
-tal vez estas aqui
I want all the world to see
-un instinto me guiaba
A miracle sensation
My guide and inspiration
Now my dream is slowly coming true

The wind is a gentle breeze
-el me hablo de ti
The bells are ringing out
-el canto vuela
They're calling us together
Guiding us forever
Wish my dream would never go away

Barcelona - such a beautiful horizon
Barcelona - like a jewel in the sun
Por ti sere gaviota de tu bella mar
Barcelona - suenan las campamas
Barcelona - abre tus puertas al mundo
If God is willing
-if God is willing
If God is willing
Friends until the end
Viva - barcelona"
Queen


Countdown =D

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tempo de balanços e balanças...


Sorte que não tenho por hábito enfiar-me em cima da balança à espera que o ponteiro se mova para a esquerda... Mas, verdade seja dita, caso o tivesse, após dois dias a dedicar-me afincadamene à actividade de enfiar os pés debaixo da mesa e comer como se o mundo fosse terminar amanha... estaria muito, muito assustada!
Tempo de reduções e melhorias no plano alimentar!

Objectivo: Summer Body! :)

domingo, 4 de abril de 2010

"Pascoíces"

Nestas alturas pergunto-me sempre se, de facto, ainda existe tanta fé assim no mundo... Será que ja chegamos ao ponto em que temos, de novo, a necessidade de procurar o conforto em algo transcendente? Não sei... Por entre tantos filmes, documentarios e afins que pretendem demonstrar as origens e os porquês da fé das pessoas, ficam comigo sempre as mesmas duvidas.
Ter ou não fé? Acreditar ou repudiar a ideia de algo que nos é superior? Mais uma vez a resposta é a mesma: não sei!
Por entre tantos acontecimentos que carecem de sentido ou justiça torna-se algo impossível acreditar, mas a dúvida, essa, resta sempre...
Vi, há umas semanas, a reflexão de uma amiga sobre o assunto e, tal como ela, me pergunto até que ponto a lógica me permite achar minimamente plausível a ideia de um Deus cúmplice de tanto horror, tanta insanidade, tanta crueldade, neste pequeno mundo.
Bem... vou debruçar-me agora sobre as amendoas, o pão-de-ló e o cabrito (porque esses são certamente verdadeiros!) e, mais tarde, me debruçarei, de novo, sobre esta questão! :)

Uma Boa Páscoa!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Coisas bonitas... um ano depois"


Annie Hall

“To love is to suffer. To avoid suffering, one must not love. But then, one suffers from not loving. Therefore, to love is to suffer; not to love is to suffer; to suffer is to suffer. To be happy is to love. To be happy, then, is to suffer, but suffering makes one unhappy. Therefore, to be happy, one must love or love to suffer or suffer from too much happiness”
Woody Allen

É algo repetido até à exaustão mas, eventualmente, chega a altura em que somos nós quem constata que, de facto, a noção de tempo é, surpreendentemente, relativa! Um ano... parece tao pouco dito dessa forma, um ano nas nossas vidas, aparentemente não muda tanta coisa assim, poderia ser algo perfeitamente insignificante, um ano na historia do universo parece algo obsoleto, tao pouco digno de referencia. Mas um ano, um ano completo ao lado de alguem, sim, pode fazer toda a diferença, um primeiro ano de uma relação pode ser a chave, o motivo, o porquê de nos tornarmos pessoas distinas daquilo que antes eramos. (Ao reler o parágrafo apercebo-me de que poderia ter lido isto em qualquer outro blog no mundo, em qualquer lingua, vindo de qualquer parte do planeta... se há algo digno de ser chamado de universal, esse algo passa, indubitavelmente, pelos sentimentos).
Durante um ano deixei de ser uma miuda perdida em busca da sua outra metade, para ser alguem completo, alguem que encontrou o seu "eu complementar" e que aprendeu a valorizar coisas, em parte, diferentes das que valorizava antes. Durante um ano passei a ser mais eu descobrindo caracteristicas em mim que só a convivencia e o companheirismo permanente com alguem trazem ao de cima... Durante um ano descobri que afinal também sinto ciume, afinal também sinto falta, afinal "nenhum homem é uma ilha" e, eventualmente, todos construimos as nossas pontes, pontes essas que passamos a cuidar como se de nós mesmos se tratassem, até porque, com o crescer da partilha, aquilo que somos vai ficando um pouco de cada lado da ponte e aquilo que está do lado de lá vai ficando cada vez mais do lado de cá...
Antes, tinha em mim um medo louco da perda de identidade, um medo obcessivo, perfeitamente idiota de deixar de ser quem era se um dia amasse realmente alguem... Agora, um pouco mais iluminada, percebo que quando o amor é verdadeiro e não um sentimento obcessivo que nos rouba a nossa propria vida e o nosso ser, aquilo que vivemos é a mais verdadeira partilha... em que ninguém ganha ou perde, em que hoje cede um e amanha o outro e em que nunca ha um vencedor ou um perdedor porque a felicidade só é completa se for dos dois.
Talvez o que nos assusta seja a ideia de crescer, de nos tornarmos mais adultos, de compreender e aceitar que chegada a altura temos que assumir as nossas necessidades... e que essas necessidades passam por ter alguem do nosso lado... afinal... diz-se e desdiz-se, mas nada é mais assustador do que a solidão...


Don't you ever dare to leave me :)

sábado, 27 de março de 2010

...

Hoje disseram-me "gostava de ver a Félix confiante e sorridente que conheci"... O que me aconteceu? Será que no caminho em busca da verdadeira felicidade acabei presa e emaranhada num beco sem saida? Será que o defeito é meu? Será que sou eu quem não é capaz de me permitir ser verdadeiramente feliz? Será?
Sei apenas que nada do que acontece me parece fazer sentido algum...
Onde ficou essa Félix? Hoje, muito em particular hoje, não a consigo encontrar...

domingo, 7 de março de 2010

Eu não existo sem você:) Tom Jobim

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você


Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você

sábado, 6 de março de 2010

boys being boys...

Estou cada vez mais convencida da existência das tão badaladas diferenças entre os homens e as mulheres. Aquelas que gastei boa parte do  meu tempo a convencer-me de que, afinal, não passavam de um mito! Ao que parece, neste caso, o mito é bem real. Parece conversa da treta, parece apenas palavreado de miuda revoltada (a verdade é que talvez seja um pouco) mas, o que me importa, é que doem, essas diferenças magoam, ferem mais do que seria suposto.
Será que descobri em mim uma faceta mais sensivel do que aquelas que já conhecia até agora? Não sei... Sei apenas que, aquilo que pareceu algo perfeitamente natural nas palavras de alguém, a mim me atingiu que nem uma facada! O tipo de dor aguda, sem factores atenuantes com implicação significativa no meu dia. O pior? Parece que o factor desencadeante nao tem como desaparecer. Gostava que fosse uma daquelas situações em que a análise cuidada daquilo que ocorreu nos alivia, nos deixa bem mais confortáveis. Mas não.
Onde fica o limiar que nem o amor é capaz de ignorar? Onde fica esse limiar entre aquilo que podemos dizer, simplesmente, "tudo bem, não tem problema" e o que não somos capazes de ultrapassar de ânimo leve?...
Sentir que ignoraram a nossa tristeza, sentir que a nossa dor nao teve qualquer impacto na atitude de quem amamos é dilacerante. Chega a ser cruel a ideia de a nossa cara metade estar plenamente feliz, na mais pura diversão sabendo que foi causadora da nossa tristeza, sabendo que estamos sozinhos, infelizes e, pior, ter coragem de nos dizer que sim, passou grandes momentos na nossa ausência.
E daí, talvez os homens sejam mesmo assim... Talvez nao compreendam a nossa dor nas pequenas coisas, talvez não sejam capazes de ver o quanto nos magoam, o quanto nos sentimos menosprezadas.
Talvez devesse sair e divertir-me ao máximo... mas não... isso nunca seria possível!...

Last Goodbye, Jeff Buckley

This is our last goodbye

I hate to feel the love between us die.
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for,
More than you'll ever know.


Well, this is our last embrace,
Must I dream and always see your face?
Why can't we overcome this wall?
Baby, maybe it's just because I didn't know you at all.


Kiss me, please kiss me,
But kiss me out of desire, babe, and not consolation.
Oh, you know it makes me so angry 'cause I know that in time
I'll only make you cry, this is our last goodbye.


Did you say, "No, this can't happen to me"?
And did you rush to the phone to call?
Was there a voice unkind in the back of your mind saying,
"Maybe, you didn't know him at all,
you didn't know him at all,
oh, you didn't know"?


Well, the bells out in the church tower chime,
Burning clues into this heart of mine.
Thinking so hard on her soft eyes, and the memories
Offer signs that it's over, it's over.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Novo semestre, nova vida...


Pergunto-me se é desta que o inicio de um novo semestre traz consigo as verdadeiras mudanças ou se vai ficar apenas a velha promessa de "no próximo semestre vai ser diferente"!

Planos:
  • Fazer frequências;
  • Dormir menos e a horas decentes;
  • Acordar mais cedo;
  • Ir a mais aulas;
  • Ver os filmes que tenho para ver;
  • Ver as séries que ando a arrastar para ver há séculos;
  • Alimentar-me melhor!
  • ESTUDAR MAIS!!!
Acredito que sim, é desta! Tem que ser diferente! =D

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Arrogante??

Arrogante: "Pessoa que tem atitude superior à solicitada na situação ou momento. Que abusa da autoridade para efetuar um acto com intutito de demonstrar que é melhor ou mais importante que outro".

Mas algum dia no pleno gozo das minhas faculdades eu seria arrogante numa avaliação com o dito "manda-chuva", com o senhor que todos temem? Não compreendo! Ou o nervosismo me leva para caminhos que eu não sou capaz de controlar, ou a minha expressão me atraiçoa nos momentos em que menos devia transparecer as emoçoes, ou entao não compreendo MESMO!
Revolta-me, a um nível impossivel de traduzir em palavras, a ideia de ser prejudicada devido a uma atitude que não tenho a percepção de ter tido!
Haja paciência para estes senhores que fazem o que muito bem entendem com as nossas avaliações, ora então, onde já se viu numa suposta discussão considerar-se arrogância a tentativa de defesa de um ponto de vista! Ou será que agora ha limite inferior de idade e status para expor uma opinião? Será que é assim tão ofensivo ouvir uma aluna do 3º ano? "A tua postura não é a mais adequada", Jesus Christ! Valham-me os santinhos e as alminhas todas, pois, caso contrário, tenho o inferno garantido com a revolta que está dentro de mim.
Vendem-nos o peixe de que no ensino superior devemos desenvolver o nosso espirito critico e, no momento em que temos oportunidade de lhe dar uso, eis que "zás trás", qual espadachim dos desenhos animados da nossa infancia, temos o Sr. Dr. Professor, especialista, génio, cientista, inquestionável que nos manda muito simpaticamente à merda!
Realmente, o ensino em Portugal é do melhor que há, não admira que haja tanta barbaridade cometida pelos profissionais de saúde nas Unidades Hospitalares deste país! Espera-se que sejamos médicos brilhantes a "empinar" aquilo que nos dizem, sem questionar, sem, em circunstancia alguma, pormos, por um momento, em causa aquilo que nos é dito.
E depois, quando o tentamos fazer, ainda que nos termos "de facto professor, talvez não tenha sido a melhor forma de o fazer, mas o que pretendia era descrever X, Y e Z", chamam-nos, mais uma vez, muito simpaticamente, arrogantes!
B-E-A-U-T-I-F-U-L!
Mas porque é que eu não fui para direito? Talvez lá a capacidade argumentatita fosse, ao menos minimamente, tida em consideração!
Sim, é mesmo isso, estou revoltada! O pior? Não me serve de RIGOROSAMENTE NADA!

"Oh God, make me good but not yet!"

Tabacaria, Álvaro de Campos

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho genios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, para o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei que moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheco-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Conversas de café



São caricatas as situações que surgem em conversas de café... quando, num almoço, como tantos outros, há um elemento não habitual é engraçado ver os seus rostos espantados com as caracteristicas que se revelam das pessoas (aparentemente) comuns, que vemos todos os dias no átrio da faculdade.
O ar espantado de quem descobre um riso caracteristico, de quem percebe que, afinal, a miuda de 20 anos que costuma estar todas as segundas no piolho não é assim tao superficial. E eu, para quem isso não é novidade alguma, gosto de ver a aprovação de quem antes não aprovava tanto assim.
Gosto, também, daqueles momentos que só um grupo de mulheres pode proporcionar! Os momentos de "quem era ele?", "mas de onde é que ele apareceu?", quando, com um ar vaidoso dizemos "ah, conheço-o há imenso tempo, somos amigos já há uns anos". Gosto, mais que tudo, de quando acabam estes encontros, ficar com quem me é mais próximo a comentar, a fazer o verdadeiro papel de "gaja" e avaliar o que ali se passou, o que se passa com os outros, as evoluções e estagnações do grupo de amigos!... É engraçado ser mulher, engraçado também ser a única mulher num grupo de homens! É interessante como, progressivamente, nos tratam mais de igual para igual; apesar de isso implicar não nos puxarem a cadeira ou não terem cuidado de evitar certos comentários absolutamente desnecessários, mas sim, por vezes, gostamos de estar sentadas, lado a lado, com eles e poder expressar aquilo que de menos delicado há em nós!
As conversas de café são a máquina que faz crescer as amizades, aquela conversa de circunstância que evolui para o diálogo mais intimista e, em última instancia, nos leva a ter aquelas conversas que nos marcam para a vida, as partilhas de ideias e ideais que nos tornam mais próximos, mais compatíveis.
São bons os momentos de tagarelice, em que falamos de nós e do mundo, desde o novo baton da channel até aos sentimentos guardados no lugar mais recatado da nossa alma (ah! sou tão profunda às vezes!). O que seria da amizade sem estas conversas da treta, sem estes comentários despropositados, sem estes momentos de verdadeira partilha?
Se podiamos viver sem as conversas de café? Sim, mas nao era a mesma coisa! :)

Lover, you should've come over...

Jeff Buckley

Looking out the door
I see the rain fall upon the funeral mourners
Parading in a wake of sad relations
As their shoes fill up with water
Maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
But tonight, you're on my mind so
You never know
Broken down and hungry for your love
With no way to feed it
Where are you tonight?
Child, you know how much I need it.
Too young to hold on
And too old to just break free and run
Sometimes a man gets carried away,
When he feels like he should be having his fun
Much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no-one...
So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return?
Oh, will I ever learn?
Oh, Lover, you should've come over
Cause it's not too late.
Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one
Who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep
That won't ever come
It's never over,
My kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over,
all my riches for her smiles when I slept so soft against her...
It's never over,
All my blood for the sweetness of her laughter...
It's never over,
She's a tear that hangs inside my soul forever...
But maybe I'm just too young to keep good love
From going wrong
Oh... lover you should've come over...
Yes, and I feel too young to hold on
I'm much too old to break free and run
Too deaf, dumb, and blind
To see the damage I've done
Sweet lover, you should've come over
Oh, love, well I'll wait for you
Lover, you should've come over
'Cause it's not too late.

LINDO =D

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Filmes...

The Seventh Seal, Ingmar Bergman

Imagino o que seria da minha vida, do meu dia-a-dia, sem filmes! Sem as longas horas sentada em frente à televisão, ou ao computador, a devorar (ou, por vezes, a decifrar) filmes, longas, curtas metragens!
A vida parece maravilhosa naquele quadradinho mágico, somos levados para universos paralelos, imaginados... fantástico, ah? :) Do James Cameron ao Ingmar Bergman, passando por Lynch, Tarantino; modos peculiares, fascinantes de traduzir em situações fictícias, os devaneios de mentes à parte.
Vivo fascinada! Gosto, adoro! Gosto também do glamour, da classe, do todo o "je ne sais quois" que envolve aquelas personagens.
Gosto! E a minha mente desocupada vive fascinada com essas coisas, essas cerimónias de Hollywood, os vestidos, o charme, aquele mundo fantástico de sorrisos, ainda que fingidos, nos levam ao suspiro, à ilusão!
Gosto e invejo aquelas magricelas adornadas que interpretam de maneira sublime os personagens criados pelos génios do cinema.
Gosto! Quem não gosta afinal? Dos homens aparentemente maravilhosos, príncipes, dignos das histórias de "era uma vez"...
É maravilhoso o mundo do cinema... E por aqui me fico! :)