sábado, 29 de setembro de 2007

devolva-me

rasgue as minhas cartas
e nao me procure mais
assim sera melhor meu bem

o retrato que eu te dei
se ainda tens nao sei
mas se tiver devolva-me

deixe-me sozinho
porque assim eu viverei em paz
quero que sejas bem feliz
junto do seu novo rapaz

rasgue as minhas cartas
e nao me procure mais
assim vai ser melhor meu bem

o retrato que eu te dei
se ainda tens nao sei
mas se tiver devolva-me
devolva-me
devolva-me

adriana calcanhoto

será? =s

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

still dirty*

If you see me walking down the street
Or in the pages of your magazines
Looking just a little differently
Showing off a softer side of me
They say I'm looking like a lady
They say that love has gone and changed me
But don't be fooled by everything you see
I gotta let the naughty in me free

There's a woman inside of all of us
Who never quite seems to get enough
Trying to play by the rules is rough
Cause sooner or later something's gonna erupt cause

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, still got it
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, yea

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, oh yea
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me

No matter what you're thinking of me, still dirty
And if ya still rolling with me, still got it
No matter what you're thinking of me, still dirty
Still got that freak in me

Why is a woman's sexuality
Always under so much scrutiny
Why can't she do exactly as she please
Without being called a million things
They say I'm not the girl they used to know, used to know
Cause I don't always wear revealing clothes, oh oo woah
But don't be fooled, the moment I get home
I'm letting loose, giving a private show, oh dont cha know

There's some women out there
Who talk and stare
Who never seem to let down their hair
Like to pass judgement but they're just scared

And don't know what they're missing
So they better beware 'cuz

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, still got it in me

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, oo yea
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me, oh yea

No matter what you're thinking of me, still dirty
And if your still rolling with me, still got it
No matter what you're thinking of me, still dirty
Still got that freak in me

Don't tell me to behave
Cause I'll never play that game
Don't tell me what to do
Cause I'll never be uptight like you
Don't look at me that way
Cause I ain't never gonna change
And if you're talking bout my life
You're only wasting your own time

If I wanna wear lingerie outside of my clothes
If I wanna be erotic in my own videos
If I wanna be provocative, well that ain't a sin
Maybe you're not comfortable in your own skin

I still got the nasty in me
Still got that dirty degree, in me
And if you want some more, sexy
Still got that freak in me

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

i'm not playing... i never do

odiei-te...
tao profundamente que chegou a parecer mentira
com tanta intensidade, tanta força, tanta raiva... que pensei ser uma qualquer ilusao.
a verdade é que acho que o era, como posso odiar-te afinal? tavez possa.
olho para ti e não reconheço aquilo que vejo... mas não gosto...
queria saber onde foi parar a delicadeza e o carinho, essa suposta amizade inabalavel.
que raiva! que vontade de te apertar o pescoço, de te sufocar te deixar num canto!
odeio-te!
mudaste e eu nao te vi mudar. caiste de para quedas agora na minha vida de novo com essa indiferença que me fere cruel e lentamente, que corta cada pedaço de mim em mil retalhos.
jogos?! nunca fui dessas parvalheiras nao seria agora que me ia render a elas, talvez com um pouco de coragem o reflexo no espelho te mostre a arrogancia que o teu olhar me mostra.
i'm turning my back on u... acho na verdade que foste tu quem esteve sempre de costas voltadas para mim... afinal... u never looked back...
admiro essa tua capacidade... acho-a quase desumana... essa capacidade de descartar as pessoas da tua vida como se nada fosse, ou como se nada tivessem sido. parece que simplesmente me apagaste! e para ti fiquei somente na memoria como a colega que partilhou o mesmo chao por uns tempos.
olhava para ti e acreditava cegamente que "u were not like the others"... nao eras... mas... sera que mudaste?!
ou sera que eu é que quis acreditar que eras diferente quando eras exactamente igual? nunca me tentaste enganar verdade seja dita, isso nao te posso atirar à cara. acho que eu é que me quis enganar a mim propria.. é tao reconfortante acreditar que a determinada altura tivemos na nossa vida alguem que era realmente diferente... mesmo que esse alguem nao fique depois connosco.. a sua presença supostamente faria de nos melhores pessoas.
nao me lamento, mas chamo-me burra todos os dias!
odiei-te... tanto, tanto... nem sei como fui capaz! de tal modo que ainda sinto o sufoco dessa raiva apertada no meu peito.
volto a questionar-me... jogos?! às vezes acho que talvez também tu nunca me tenhas conhecido... acusa-me de usar metaforas ou eufemismos quando sao desnecessários... acusa-me do que queiras! mas jogos?! não gosto de jogos...
para ter isso de ti... essa arrogancia por detras de um sorriso que me parece forjado... atira uma a uma, ou todas de uma vez, as peças desse puzzle que fomos construindo... pelo menos a tua metade!
a minha fica aqui... no meu peito... por mais que a raiva me mande despedaça-lo... fica aqui... porque acreditei e la no fundo ainda acredito que és realmente um "special one"... se não o fores... pelo menos sentir-me-ei mais aliviada enquanto pensar que o és...

i'm not playing.... i never do.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

vem sentar-te comigo lidia... ricardo reis




Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e nao estamos de maos enlaçadas.
(Enlacemos as maos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e nao fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as maos, porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dao movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.


Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagaos inocentes da decadencia.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as maos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

pessoa certa*

A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idólicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem. Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não se vão enganar. O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Amo-te, mas o que sente que talvez nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos. O Príncipe que sabe o que quer, não é o melhor namorado do mundo; é o marido mais porreiro do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos filhos e que ainda arranja um lugar na mesa para os filhos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que ajuda os mais velhos a fazer os trabalhos de casa e põe os mais novos a dormir com uma história de encantar. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa de um carro bestial, basta-lhe uma música bestial para ouvir no carro. Pode ou não ter moto, mas tem quase sempre um cão. Gosta de ler e sai pouco à noite porque prefere ficar em casa a namorar e a ver o Zapping. Cozinha o básico, mas faz os melhores ovos mexidos do mundo e vai à padaria num feriado. O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes. Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica.

Margarida Rebelo Pinto

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Desespero, Ary dos Santos



Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.

José Carlos Ary dos Santos

domingo, 2 de setembro de 2007

complicado?!

dizem-me que as coisas sao mais complicadas do que possam parecer...
complicado?!
complicado é acordar olhar para o lado e ter um espaço vazio... um espaço preenchido por um cheiro que não se vai embora...
complicado é querer aliviar a mente e o pensamento... mas não ser capaz de o fazer
complicado é querer ter um abraço sentido... e nem um abraço amigo nos ser dado
complicado?!
chamem complicado ao que quiserem... mas complicado é querer ter amor e darem-nos nada mais nada menos que prazer bruto... tentando ludibriar-nos com a ideia de que nos oferecem todo o carinho do mundo.
complicado é querer ter-te aqui agora... e saber que nunca vais ca estar
complicado?!
complicado é ter o mundo inteiro nas minhas maos e nao me servir de nada... é ter tudo para te oferecer e não quereres nada do que te possa dar.
e vêm-me dizer "ah é complicado!"... complicado o tanas!
devias morder a lingua ate sangrar... morde-la de cada vez que és egoista ao ponto de me dizer "é complicado".
qualquer desculpa esfarrapada me serviria para justificar essa ausencia... essa distancia...
inventa! se criativo pelo menos... mas não me queiras enganar de um modo tao cruel... queres que acredite que és o que? uma vitima desta situação? que para ti tudo isto é dificil de suportar?!
queres provavelmente que tenha pena... não tenho! nenhuma! nem de mim nem de ti... fui parva em acreditar que poderia resultar.
nunca pensei que um dia fosses mais uma coisa a que teria de sobreviver, enganei-me.
escrevi o que o engenho me permitiu e o que a alma me ordenou... escrevi... escrevi e transcrevi...
procurei tudo o que havia para te dizer... procurei ate à exaustao e procuraria sempre... porque, afinal, por ti valia a pena. eras diferente... e para mim eras melhor... eras perfeito...
"qualquer homem depois de ti é uma desilusão" disse-te eu... mantenho cada palavra...
mas porque é que tinhas de agir assim no final?! não podias continuar a ser a pessoa que eu adoro? a pessoa que completa cada recanto de quem sou? não tinhas que ser meu amante, meu namorado... tinhas que ser exactamente aquilo que sempre foste: a minha alma gemea... o meu ouvinte...
mas não... foges como se tivesses medo de me ver, e eu não consigo perceber porquê.
"mais tarde, com mais calma falamos melhor"... quando? quando ja não houver nada a dizer e nos tivermos tornado dois estranhos... ao toque e ao olhar? quando ja não puder sequer ponderar a ideia de chorar no teu ombro? quando ja não te conhecer?
complicado?!
complicado é teres deixado a minha vida "pé ante pé ou de pantufas"... quando tinhas prometido que nunca me deixarias pertencer ao teu cemiterio de poetas...
duvido ate que algum dia fui uma poetisa... mas começo a perder as duvidas de que me encaminho para esse cemiterio de esquecimento...
se não estou... se continuo aí <3 porque é que ja nem te lembras que existo e estou aqui?
complicado?!
complicado é viver de esperanças infundadas... é estar sempre à espera... olhando o horizonte pela janela... vivendo de memorias e fantasias... como mais odeio... em stand by.